A indefinição de retorno e a crise econômica estão fazendo com que o clube tenha um aumento significativo de despesas e uma grande redução de receitas
A pandemia causada pelo COVID-19 afetou economicamente grande parte da população e empresas dos mais variados setores e isso inclui o futebol. Em Maringá, o time da cidade, o Maringá Futebol Clube, segue trabalhando na incerteza, isso porque o clube suspendeu seus treinamentos no dia 17 de março e o campeonato Paranaense Série B, que iniciaria em 5 de abril, ainda não tem data para começar.
No início da paralisação o clube realizou algumas atividades, juntamente com a comissão técnica, que mantiveram seus atletas com treinamentos e estudos a distância até o dia 31 de março, acreditando que a Pandemia seria curta e que conseguiria manter o trabalho realizado ao longo de quase 30 dias. A partir de abril, o MFC adotou a MP 936, suspendendo o contrato de trabalho de todos os colaboradores do clube por 60 dias. Esse prazo venceu no início de Junho e o clube segue sem definição de calendário.
O grande dilema atual do MFC está na data de retorno às atividades, pois a Federação Paranaense de Futebol, diferentemente de outros estados, não se posicionou com uma previsão de volta das competições e autorização dos treinamentos das equipes da Série B. Devido a essa incerteza, o clube não sabe ainda quais medidas tomará para os próximos meses.
Segundo o diretor administrativo do MFC, Clério Junior, o planejamento inicial para a temporada foi completamente afetado e o não posicionamento da Federação Paranaense complica ainda mais a situação da equipe. “Estávamos com um planejamento redondo em 2020, com uma grande expectativa e sabemos que essa crise causada pelo Coronavirus afetou muitas empresas, inclusive o Maringá FC. Outra grande dificuldade no momento é ter um posicionamento da Federação, pois outros estados estão buscando alternativas para esse retorno gradativo com segurança e aqui se quer temos a confirmação de retorno da competição da primeira divisão”, explicou Clério Júnior.
No último dia 8, o clube publicou uma carta aos torcedores, informando que passará por mudanças necessárias para manter a equipe em atividade e isso interfere no planejamento financeiro previsto para a temporada. Reduções e cortes de custos, que antes eram encarados como possibilidades, agora se fazem necessários e ocorrerão nos próximos dias.
“Hoje estamos trabalhando no escuro devido a falta de data de início da competição. Este prazo esticado fez com que a folha de pagamento do elenco e comissão técnica que iria até julho, vai se estender até novembro ou dezembro. O que agrava ainda mais a situação é que a maioria das empresas patrocinadores foram seriamente abaladas pela crise econômica. Nós teremos que nos adaptar e entender o momento de cada empresa patrocinadora já que alguns segmentos foram fortemente abalados. Tivemos alguns casos de manutenção naqueles segmentos pouco ou nada abalados e pedidos de cancelamento do patrocínio nos casos de segmento fortemente abalados. Agora é a hora de todos se ajudarem, é nítido que todas as empresas querem colaborar e estar conosco tão logo seja possível, somos muito gratos a todos eles que acreditaram e continuam acreditando em um grande projeto de futebol na nossa querida cidade”, concluiu o diretor
Os clubes da primeira divisão do paranaense já retornaram aos treinamentos com todos os protocolos necessários para a segurança, no entanto, ainda não há uma data para retorno do campeonato. Outros estados como São Paulo, retornam às atividades na última segunda-feira (22).
(Texto: Rodrigo Araújo/MFC. Foto: Fernando Teramatsu)
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