Estudantes da Universidade Estadual de Maringá apresentam mais de 770 projetos de iniciação científica nos EAICs



 A Universidade Estadual de Maringá (UEM), por meio da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PPG), realizou, nos dias 10 e 11 de outubro, o 33º Encontro Anual de Iniciação Científica (EAIC) e o 13º EAIC JR. A solenidade de abertura foi realizada na noite de quinta-feira (10), no auditório do Bloco C34, do câmpus sede. O evento foi marcado pela apresentação do Coro Escola Universitário da UEM e palestra sobre o tema 'A ciência como caminho para redução da desigualdade', proferida pela professora do curso de Odontologia, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Adriane de Castro Martinez.  

Participaram da mesa de honra, o reitor e a vice-reitora da UEM, Leandro Vanalli e Gisele Mendes; a reitora da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Marta Favaro; o pró-reitor da PPG da UEM, Mauro Antonio da Silva Sá Ravagnani; o diretor de Pesquisa da UEM, Marcos Luciano Bruschi; e o diretor de Pós-Graduação da UEM, Carlos Humberto Martins.  

Segundo o diretor de Pesquisa, o número de projetos inscritos nos EAICs tem crescido anualmente. Em comparação à edição de 2023, o total de inscrições saltou de 662 para 772, um aumento de 110 projetos, representando uma alta de 16,6%.  

Além de estudantes de graduação do câmpus sede e câmpus regionais da UEM, participaram também alunos do Colégio de Aplicação Pedagógica (CAP) e de outros colégios da região de Maringá.  

De acordo com a PPG, os eventos visam avaliar e divulgar as pesquisas desenvolvidas nas diversas áreas do conhecimento pelos bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), programa mantido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná e pela UEM.  

Em seu discurso, o reitor da UEM parabenizou todos os pesquisadores inscritos no EAIC. "Vocês, estudantes, são a essência deste encontro, os protagonistas deste evento. O futuro da ciência e da tecnologia começa na iniciação científica tanto para os estudantes de graduação quanto para os de ensino médio. É uma oportunidade única na vida do estudante, onde pode desenvolver habilidades de pesquisa e, acima de tudo, o pensamento crítico. Desejo que vocês tenham uma carreira profícua na pesquisa e transformação social." Vanalli também frisou que a UEM vem se destacando em rankings nacionais e internacionais por sua produção científica e tecnológica. Na sua opinião, este bom posicionamento é reflexo de investimentos contínuos em projetos de pesquisa. 

O pró-reitor da PPG também comentou a importância da iniciação científica para os discentes e a sociedade . "Na edição do ano passado, uma frase foi dita e merece ser repetida, pois é importante e reflete meu pensamento: 'A iniciação científica é a base para a ciência, pesquisa, tecnologia e inovação.' É nesse processo que se inicia a formação de recursos humanos qualificados, futuros doutores, pesquisadores, inovadores e professores universitários. Acredito que investir em jovens de graduação e do ensino médio é a melhor estratégia para fortalecer nossos recursos humanos e transformar a vida das pessoas. Esse é o caminho e estamos nele", afirmou Ravagnani. 

Em concordância com o pró-reitor, a vice-reitora da UEM frisou que como orientadora sempre incentiva os estudantes para que  busquem a bolsa de estudo porque ela pode propiciar uma dedicação mais exclusiva à pesquisa. "Sem passar pelo Pibic, não começamos a fazer pesquisa, sem ser pesquisador, não nos interessamos por pós-graduação e sem passar por um mestrado ou doutorado não chegamos a pesquisa de ponta de qualidade". Para fechar seu discurso, Mendes lembrou um pensamento do filósofo francês Claude Lévi-Strauss: 'O cientista não é aquele que fornece as respostas certas, mas sim quem formula as perguntas certas', pois bons questionamentos instigam novas investigações e descobertas. 

Também prestigiaram a abertura do evento, a chefe de Gabinete (GRE), Maria Luisa Furlan Costa; diretora do Núcleo de Educação a Distância, Fabiane Freire França (Nead); diretor do câmpus do Arenito (CAR), Edmilson Bortoletto; diretor do câmpus Noroeste (CRN), Marcos Pereira; diretor de Assuntos Comunitários da UEM (DCT), Wilson Rinaldi; e os membros do Comitê Externo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) - das Ciências Agrárias, Ana Paula Bracarense; das Ciências Biológicas, Renata da Rosa; das Ciências Exatas e da Terra, Márcio Antonio da Silva; das Ciências Humanas, Linguística, Letras e Artes, Névio de Campos; das Ciências da Saúde, Gerson Nakazato; das Ciências Sociais Aplicadas, Alexandre Alves Porsse; e das Engenharias e Tecnologias, Berenice Martins Toralles.

 

Para estudantes, EAIC é importante ferramenta de integração estudantil 

A estudante do 3º ano de História, Luisa Pastorini, de 20 anos, apresentou sua pesquisa sobre o pensamento islâmico contemporâneo com base nos escritos de Sayyid Qutb, que é um filósofo muçulmano do Egito do século XX. “Em 2023, comecei a estudar, oficialmente, esse movimento do reviver islâmico e do Islã como uma proposta política, mas venho pesquisanto o tema desde que entrei na graduação, em 2022. O meu projeto é muito crítico da historiografia até então, pois relaciona o Islã e os movimentos islâmicos com o fundamentalismo, movimento radical e retrógrado, dividindo e opondo tradição e modernidade, fé e razão. O Islã é uma proposta política histórica, não é algo que aconteceu só por uma reação ao ocidente, mas é algo histórico que vem da própria religião.” 

Pastorini diz que a ideia é tornar essa história mais inteligível e não tão distante das pessoas. “Participar deste evento é uma forma de conhecer outras pesquisas, além de mostrar a minha para o resto dos graduandos. Tive a oportunidade de conhecer pesquisas que são próximas a minha e essa troca de informações é muito interessante, além de também aprimorarmos nossa apresentação”, avalia a graduanda de História, que pretende seguir carreira acadêmica. 

Pelo terceiro ano consecutivo participando do EAIC, a estudante de Pedagogia, Sabrina Tunes, de 28 anos, acredita que o evento é muito importante, pois estimula os estudantes a seguir carreira na pesquisa e possibilita a interação entre os pesquisadores.

“Meu trabalho é sobre a inclusão da pessoa idosa na cidade inteligente e partiu de uma pesquisa de campo que fiz com a minha orientadora, Terezinha Oliveira (coordenadora geral da Universidade Aberta à Terceira Idade - Unati). Entrevistamos idosos do Centro de Convivência para compreender qual a influência do nível de escolaridade nos hábitos deles. Nosso questionário levantou a opinião sobre cinco eixos: meio ambiente, infraestrutura da cidade, mobilidade urbana, tecnologias, educação e lazer. Nossa conclusão é que apesar de Maringá ser uma cidade inteligente e ser certificada como cidade amiga da pessoa idosa, ainda é necessário ampliar os investimentos nos cursos de alfabetização e letramento digital para essa população. Apenas a Unati oferece curso de letramento digital e a prefeitura tem um curso de informática básica, só que são pouquíssimas vagas. Além disso, nos bairros mais afastados do centro, faltam locais públicos ou comerciais para acesso à internet”, comenta Tunes.

Segundo a estudante, esses fatores limitam a inserção da população idosa na sociedade e o uso de serviços públicos, que são em grande parte digitais. Além disso, os cursos voltados para esse público precisam ser diferenciados, considerando as dificuldades específicas que os idosos enfrentam, como o manuseio de telas touchscreen. “Se a pessoa idosa não está incluída no meio digital, ela não consegue exercer a sua cidadania. Precisamos garantir esse acesso aos idosos”, finaliza.  

(Marilayde Costa/UEM)

Comentários